terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cuidado com os Governantes!


Raban Gamliel dizia: “Procura ser cuidadoso na tua relação com os governantes; só são acessíveis quando seus interesses o determinam, parecem amigos quando tem necessidade de ti, mas na hora da adversidade abandonam-te”.
(Pirkê Avot, 2:3)

Existem verdades que são atemporais... Antes das eleições, os políticos são acessíveis, os candidatos afáveis e suas promessas de campanha soam lindas e inspiradoras. Afinal, eles precisam do seu voto. Mas uma vez que tenham ganho a eleição, o que acontece? Em circunstâncias normais, eles provavelmente honrariam suas palavras. Mas "em sua hora de necessidade", em meio a uma crise, quando eles enfrentam pressões e tensões, eles esquecem tudo a respeito dos compromissos assumidos (Irving Bunim, A Ética do Sinai, p. 80). Esta, infelizmente, é a regra da política mundana em todas as esferas, nações e tempos. Recuso-me a fazer este "jogo" e a esquecer meus compromissos e companheiros. Assim, tenho colecionado inúmeros adversários e desilusões ao longo do tempo... Contudo, há, ainda, outra forma de interpretar esta máxima atemporal: Talvez o "poder governante" com o qual nossa Mishná nos recomenda ser cuidadosos não seja o humano, mas a própria Providência Divina. Preste atenção especial nas tuas relações com o Criador.  Em seu poder é que tu deves, em última instância, depositar sua confiança.  Congressitas e estadistas são somente mensageiros, cujo poder e influência são, na verdade, bastente limitados. Hoje estão no poder, amanhã serão esquecidos. Inseguros e temerosos de seu futuro, "mostram-se amistosos quando lhes convém mas não concedem ajuda ao próximo na hora de necessidade". Quão sabiamente diz o salmista: "Não deposites tua confiança em príncipes, no filho do homem, pois neles não encontrarás ajuda" (Salmos, 146:2). É melhor rogar ao Eterno e confiar no verdadeiro governante do mundo e no Poder que está além de todos os poderes  (Irving Bunim, A Ética do Sinai, p. 81).  Esta é a verdadeira Política, eterna e imutável! O resto é vaidade e vento que passa, como dizia o Eclesiastes...

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